Gilberto Freyre, o início

Raul Lody e Gilberto Freyre em Recife/PE em 1982.
Raul Lody e Gilberto Freyre em Recife/PE em 1982

Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 — Recife, 18 de julho de 1987) foi um dos maiores intelectuais e escritores brasileiros, com destaque à sua compreensão e análise, já nos anos 20, da nossa identidade viva e mestiça. Notável também, é seu grande conhecimento sobre o nordeste brasileiro, que retratou como poucos.

Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história.

Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor,  e é considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX.

 

Publicou vários livros seminais no entendimento de nossa identidade e formação histórica como:

 

  • Casa-Grande & Senzala, 1933.
  • Sobrados e Mucambos, 1936.
  • Nordeste: Aspectos da Influência da Cana Sobre a Vida e a Paisagem…, 1937.
  • O mundo que o português criou, 1940.
  • Um engenheiro francês no Brasil,1940 e 1960(2ªedição).
  • Problemas brasileiros de antropologia, 1943.
  • Sociologia, 1945.
  • Interpretação do Brasil, 1947.
  • Ingleses no Brasil, 1948.
  • Ordem e Progresso, 1957.
  • O Recife sim, Recife não, 1960.
  • Os escravos nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX, 1963.
  • Vida social no Brasil nos meados do século XIX, 1964.
  • Brasis, Brasil e Brasília, 1968.
  • O brasileiro entre os outros hispanos, 1975.
  • Homens, engenharias e rumos sociais, 1987.

Sem dúvida um dos maiores intelectuais brasileiros, a obra de Freyre foi profundamente analisada desde a publicação de sua primeira e mais importante obra em 1933: Casa Grande e Senzala. A pesquisa por ele desenvolvida, foi interpretada de diversos pontos de vista, recebeu críticas e novas visões.  Devido ao seu caráter multidisciplinar e multicultural, Gilberto Freyre e sua obra permanecem referência nos estudos de “relações raciais” e de “pensamento social”, “miscigenação” no Brasil.

Na culinária Gilberto Freyre também foi grande conhecedor, como escreve Raul Lody no artigo “Casa-Grande & Senzala – A comida como método social”: Gilberto quer apresentar um lugar possível do “trópico”. Mostrar uma civilização onde o poder formal está no mando masculino. Contudo, este poder está também nas cozinhas, territórios consagrados ao mando feminino. Cozinhas na “Casa-Grande”, lugar onde as relações sociais são formalizadas na intimidade de espaços geradores de comidas, de um poder que se projeta no ato da alimentação.

 

 

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