Gilberto de Mello Freyre (Recife, 15 de março de 1900 — Recife, 18 de julho de 1987) foi um dos maiores intelectuais e escritores brasileiros, com destaque à sua compreensão e análise, já nos anos 20, da nossa identidade viva e mestiça. Notável também, é seu grande conhecimento sobre o nordeste brasileiro, que retratou como poucos.
Como escritor, dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história.
Foi também autor de ficção, jornalista, poeta e pintor, e é considerado um dos mais importantes sociólogos do século XX.
Publicou vários livros seminais no entendimento de nossa identidade e formação histórica como:
- Casa-Grande & Senzala, 1933.
- Sobrados e Mucambos, 1936.
- Nordeste: Aspectos da Influência da Cana Sobre a Vida e a Paisagem…, 1937.
- O mundo que o português criou, 1940.
- Um engenheiro francês no Brasil,1940 e 1960(2ªedição).
- Problemas brasileiros de antropologia, 1943.
- Sociologia, 1945.
- Interpretação do Brasil, 1947.
- Ingleses no Brasil, 1948.
- Ordem e Progresso, 1957.
- O Recife sim, Recife não, 1960.
- Os escravos nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX, 1963.
- Vida social no Brasil nos meados do século XIX, 1964.
- Brasis, Brasil e Brasília, 1968.
- O brasileiro entre os outros hispanos, 1975.
- Homens, engenharias e rumos sociais, 1987.
Sem dúvida um dos maiores intelectuais brasileiros, a obra de Freyre foi profundamente analisada desde a publicação de sua primeira e mais importante obra em 1933: Casa Grande e Senzala. A pesquisa por ele desenvolvida, foi interpretada de diversos pontos de vista, recebeu críticas e novas visões. Devido ao seu caráter multidisciplinar e multicultural, Gilberto Freyre e sua obra permanecem referência nos estudos de “relações raciais” e de “pensamento social”, “miscigenação” no Brasil.
Na culinária Gilberto Freyre também foi grande conhecedor, como escreve Raul Lody no artigo “Casa-Grande & Senzala – A comida como método social”: Gilberto quer apresentar um lugar possível do “trópico”. Mostrar uma civilização onde o poder formal está no mando masculino. Contudo, este poder está também nas cozinhas, territórios consagrados ao mando feminino. Cozinhas na “Casa-Grande”, lugar onde as relações sociais são formalizadas na intimidade de espaços geradores de comidas, de um poder que se projeta no ato da alimentação.